Hoje tivemos o exemplo do que é a desunião de um povo em busca de seus direitos. A explicita violação de nossa Constituição, que prevê o direito de ir e vir. Tivemos também a exposição muito nítida, da desorganização e banalização do substantivo “manifestação”.
Estão todos errados? Sim, pelo motivo certo? Talvez.
É nítida e até mesmo escrachada, a forma com a qual nossos governantes saqueiam os cofres públicos a anos e anos sem que nenhuma punição justa seja aplicada a estes que se são mais iguais do que nós. A insatisfação popular é aparente e latente, de todas as direções, seja você de esquerda, centro ou direita, seja você negro, branco, pardo ou índio, seja você hétero ou homossexual.
As reformas que estão sendo realizadas em nosso país são necessárias – sem entrar no mérito de que grandes valores foram desviados e sabemos, não voltará para os cofres públicos de forma integral – o país corre risco de ter seu sistema previdenciário em colapso total caso não seja reformulado e sabemos que isso é dolorido e atinge a classe trabalhadora de forma desleal, mas é isso ou a intervenção do FMI, pois será a ele que o governante do momento irá recorrer quando já não houver mais de onde tirar dinheiro.
A reforma trabalhista, nada mais é do que uma atualização do modelo de labore que cresce e começa a ser tornar grande no Brasil, o trabalhador autônomo e o trabalhador terceirizado. Da mesma forma que tivemos de criar leis para regular crimes cibernéticos, temos de nos atualizar em nosso modelo de trabalho, nossa CLT data de 1943, governo de Getúlio Vargas, onde a grande massa trabalhadora se encontrava no chão de fábrica. Os tempos são outros.
O trabalhado continua protegido com a reforma, continua com férias, décimo terceiro salário, licença maternidade e paternidade, FGTS, hora extra, adicional noturno, aviso prévio, seguro desemprego e outros. O que esta incomodando muita gente são dois pontos, um deles em especial os sindicatos e seus líderes: 1) terceirização de atividade fim e 2) Contribuição sindical facultativa.

1)   Dependendo da finalidade, não faz sentido para a empresa terceirizar esta função, visto que pode ser prejudicial, ou seja, nada irá mudar em muitos casos.
2)   Doe no bolso dos pelegos e acaba a mordomia de uma classe que é sustentada pelo nosso trabalho.

Muitos criticam as mudanças, criticam o posicionamento de pessoas que são a favor das mudanças, mas não apresentam soluções plausíveis. Falam em revolução, mas como enfrentar um Estado armado, sem armas? Falam em cobrar dívidas bilionárias de bancos, mas se esquecem que isso pode causar a falência dos mesmo e algo muito semelhante a um Crash de 1929 no Brasil, quando nos EUA, bancos faliram por conta de uma política monetária errônea por parte de um órgão do Estado (FED). E a falência de um banco, é a falência do microempresário, é a falta da compra na casa de um trabalhador, é a falência de outro banco, de outra empresa e assim por diante.
Deixando de lado orientação ideológica, deixando de lado rixas partidárias e de sistema econômico, a pergunta que fica para nós brasileiros é a seguinte: Somos unidos e estamos armados o suficiente para enfrentar o Estado, intelecto e materialmente?
Deixar de atacar uns aos outros é o maior desafio do brasileiro.

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