A influência da religião na política
Política e
religião não se misturam! Uma das frases mais corretas e inteligentes,
simplesmente por compreender que enquanto uma se faz necessário prevalecer a
razão e outra se faz predominante o sentimentalismo, a compaixão e princípios que
nem sempre podem ser generalizados para toda uma sociedade.
Se existe um ponto
no qual compartilho da mesma opinião com as chamadas feministas, é que os
corpos pertencem às mulheres e dos mesmos elas fazem o que acharem e julgarem
melhor. A PEC 181/2017, que possui a pretensão de criminalizar todas as formas
de aborto, foi encaixada e empurrada para votação no congresso principalmente
pela bancada evangélica, que aproveitou está PEC que originalmente estava
apenas contemplando maiores benefícios para as mulheres durante o período de
licença maternidade.
Atualmente é de escolha
da mulher realizar o aborto em uma gravidez que traga risco à sua vida ou em
gravidez oriunda de estupro, casos legítimos e completamente aceitáveis. Os princípios
do cristianismo e da vida não devem ser contestados, mas sim e principalmente,
os casos específicos previstos em lei, pois que mulher seria capaz de amar o
filho que fora fruto de um estupro?
Claramente, não
sou a favor da legalização geral do aborto, pois gerar um filho não é uma
brincadeira, é uma nova vida que merece respeito, não um material descartável
que pode ser manuseado da forma que bem quiser. O aborto em suas primeiras
semanas, onde não se constitui ainda um ser humano, com cérebro e coração, para
casos como os que hoje já são legais, deve ser defendido e permanecido.
Como dito no
início, quando se prevalece de forma integral o pensamento religioso, se
esquece que outro ser humano irá sofrer as consequências de uma escolha que não
fora sua, mas sim de uma classe religiosa que vem aumentando sua esfera de poder
na política, o que não é sadio para o avanço de uma sociedade livre. Se faz
necessário um tênue equilíbrio entre política e religião para não sermos
racionais demais e nem mesmo compadecidos demais. Criminalizar o aborto é tirar
das mulheres o direito de escolher viver e de escolher ser mãe.
Talvez seria interessante nossos deputados voltarem suas atenções para uma maior rigorosidade do cumprimento e da aplicação das leis de nosso país ao invés de interferirem na liberdade individual dos cidadãos.
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