FALAR SEM SABER: REESTRUTURAÇÃO DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DE SP

Nós brasileiros, temos o infeliz hábito de julgarmos precipitadamente tudo aquilo que soa diferente ou nos é empurrado, muitas vezes não temos nem a capacidade de pesquisar o mínimo possível antes de julgarmos, compartilharmos e espalhar dados e notícias falsas. É exatamente o que está acontecendo com a reestruturação da rede de ensino público no Estado de São Paulo.

Na última quinta-feira (15/10), estive presente em palestra ministrada pelo Chefe de Gabinete da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Fernando Pádula, onde este explicou e desmentiu os tantos boatos e exageros que a APEOESP e outros estão causando, como verdadeiros baderneiros que estão demonstrando ser.

Os dados demográficos de nosso país vêm demonstrando um decréscimo da população em idade escolar e em São Paulo não é diferente. Sendo assim, existe um excesso de carteiras vazias e espaços mal aproveitados.

A reorganização é saudável e simples, as escolas serão segmentadas por ciclos, ou seja, as crianças serão separadas dos adolescentes e assim ganham ambas, com o foco administrativo da escola em um único público da mesma faixa etária. Escolas com ciclo único são uma ótima opção para que alunos mais velhos não influenciem os mais novos e ainda proporciona aos professores que o cumprimento de sua carga horária seja feito dentro da mesma escola, uma vez que a oferta em um prédio de ciclo único possibilita isso, evitando deslocamentos e desgaste do professor.

Além disso, os alunos realocados não estarão distantes de um raio máximo de 1,5 km e todas as realocações respeitaram o limite de 3 km para transporte do aluno. Outro boato é o de que o número de alunos por sala irá aumentar, mentira! Permaneceram os números de 30 alunos para o ciclo 1, 35 para o ciclo 2 e para  o ciclo 3, 40 alunos por sala.

Provavelmente teremos prédios ociosos com a reestruturação, eles poderão ter três destinos: se transformar em creches em parceria com a prefeitura, tornarem-se ETEC ou FATEC.

As estimativas são de que sejam abertas 2.956 classes atualmente desocupadas, aumento de 25% de escolas de segmento único e diminuição de 20% de escolas de três segmentos.

A conclusão é a de que o Governo do Estado de São Paulo está fazendo o que é certo e que os causadores de tumulto deveriam ter vergonha de utilizar até mesmo crianças, para exercer o trabalho sujo de tentar transformar em ruim algo que trará benefícios. Por tato, vamos entender, vamos estudar, escutar e refletir, antes de falar e compartilhar o que não sabemos.