A importância dos sindicatos
Na
noite de ontem (12/11) assisti a uma ótima palestra sobre sindicatos, com dados
e informações que me fizeram entender e mudar a concepção negativa que tinha
sobre os sindicatos. O palestrante foi o vereador da cidade de Mogi das Cruzes,
Iduigues Martins (PT).
Ao
realizar um comparativo com a atividade sindical de outros países, especialmente
os nórdicos, ficou claro que em nosso país os sindicatos exercem uma função
destorcida e que se faz necessário reformas legislativas e também culturais
para que a atividade sindical possa exercer sua real função, lutar pelo equilíbrio
das classes dentro do sistema capitalista.
E
qual o grande diferencia do sindicalismo nos países nórdicos? O diferencia é
que países como Finlândia, Suécia, Noruega e Alemanha, enxergam o sindicalismo
como fator de desenvolvimento social, portanto seus sindicatos de fato lutam
por melhores condições para os trabalhadores e os empregadores possuem a
consciência de que suas reivindicações são legítimas e merecem ser respeitadas.
Na
Suécia, 70% dos trabalhadores pertencem a um sindicato, na Finlândia 90%. Não é
por coincidência que esses países possuem os menores índices de desigualdade
social. Como disse o palestrante, “o sindicalismo entendido pelo Estado e pela
empresa é um bem para a nação”.
Os
problemas que não permitem no Brasil esse grau de desenvolvimento na área
sindical são muitos, mas existem dois que devem ser combatidos a princípio. O
primeiro é acabar com o chamado Imposto Sindical, que destina um dia de salário
do trabalhador aos sindicatos. Tal lei, unida a facilidade de se criar um
sindicato desde a Constituição de 1988, ajuda a gerar os chamados “sindicatos
pelegos”, que nada reivindicam e só existem para sugar dinheiro do Estado e dos
trabalhadores.
Outro
passo de fundamental importância é o fim da dependência entre sindicato e
Estado, é preciso que os sindicatos sejam livres, para que de fato possam
conquistar sua legitimidade por força popular e lutar pelos direitos
trabalhistas. Para exemplificar, no Brasil existem cerca de 22.000 sindicatos,
na Finlândia 24 e infinitamente mais fortes que os tantos existentes aqui, o
fato de serem unificados e independentes do Estado os deixa mais fortes.
Aliado
a esses fatores, está o fato de que a mídia, o patronato e o Estado, não querem
essa evolução, pois irá gerar uma classe com maior força e que alcançará os
níveis de desenvolvimento social que não permitiram mais a exploração atual.
São
muitas as reformas que nosso país precisa realizar, política, tributária,
código penal, sindical e outras, que só irão ser realizadas com a pressão
popular, com o povo cobrando de forma dura e persistente. Sendo assim, não é só
porque acabaram as eleições que devemos parar de tratar desses assuntos, pois
eles são permanentes e fazem parte da vida de todo cidadão.
Comentários
Postar um comentário