O comércio exterior no Brasil
Com a chegada de
Getúlio Vargas ao poder após a Revolução de 1930, o país entra em um novo e
promissor momento em sua história. Getúlio possuía uma visão diferente sobre
toda a política nacional.
Vargas percebeu a
necessidade de o país desenvolver sua indústria e de se lançar ao comércio
exterior com maior ímpeto. Prova disso, foi que no período da Segunda Guerra
Mundial, conseguiu um financiamento para a construção da usina siderúrgica de
Volta Redonda, conhecida como Companhia Siderúrgica Nacional, iniciada em 1941.
O país parecia então, andar por um caminho promissor dentro do comércio
internacional, isso sem citar a criação da Petrobras em 1953.
O país atuou em
diferentes cenários internos, alguns bons, outros péssimos, mas alguns anos à
frente, na década de 90, grandes mudanças ocorreram no cenário internacional de
nosso país. Fernando Collor de Mello promoveu a abertura da economia e do
mercado, embalado pelo inicio do processo de globalização e neoliberalismo. Um
grande passo para as relações internacionais de nosso país.
Um pouco mais a frente,
em 1995, Fernando Henrique Cardoso deu continuidade as ideias de Collor e não
somente deu continuidade como também promoveu a imagem de nosso país no cenário
internacional, como um verdadeiro e grande diplomata, sendo também o
responsável por nossa estabilização econômica.
Ao adentrar a era PT,
vimos um cenário diferente, que agora esta revelando os resultados de uma
política econômica mal estudada e mal construída. No ano de 2012, nosso país
apresentou um rombo de R$ 54,23 bilhões nas contas externas. No ano de 2013
esse valor foi elevado à R$ 81,374 bilhões e a previsão para 2014 é de um rombo
de R$ 78 bilhões.
Por que tal
endividamento? Talvez a explicação esteja na palestra do economista e
ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega. A palestra (vídeo a baixo) explica
o que esta acontecendo com a economia brasileira. Sobre as contas externas
Maílson explica o seguinte; a deterioração das contas externas se dá pelo
motivo de o governo vir adotando uma prática de estimular o consumo. A soma de
consumo e investimento representa a absorção interna do PIB, e a soma desses
dois produz um resultado maior do que a nossa produção. Então, quando isso
acontece é necessário importar bens de serviço para complementar a oferta
doméstica.
Quando a economia fica
crescendo durante muito tempo e a absorção interna esta muito à cima do PIB,
isso gera desiquilíbrio. A consequência é a pressão inflacionária, porque os
salários continuam subindo, a demanda continua aumentando, os salários estão
crescendo à cima da produtividade e isso acaba aumentando o custo unitário das
indústrias, que perdem competitividade. A conclusão é uma indústria menos competitiva,
existindo maior demanda que acaba no consumo de um produto importado. Esse cenário
gera maior inflação e problemas nas contas externas.
A consequência da má
gestão econômica atual irá levar nosso país por um período de baixo crescimento
e de estagnação. Infelizmente 12 anos se passaram sob uma maquiagem que começa
agora a borrar, apontando os erros cometidos.
O ano de 2014 é um tanto imprevisível, pois a onda de protestos que irá assolar o país será fator determinante não só na política, por se tratar de ano eleitoral, mas também na economia de nosso país, pois os investidores pensaram duas vezes antes de depositarem seu dinheiro em um terreno de incertezas, os investimentos estrangeiros já apresentam baixas significativas. A única certeza é que a mudança de visão é necessária e indispensável para o bem de nosso país.
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ResponderExcluirNa minha opinião, a "maquiagem" do estímulo do crédito e consumo interno foi o que fez o Brasil ser um dos países que não sofreu significativamente com a crise de 2008. Traduzindo: salvou o país. Somente um governo com visão diferente dos neoliberais pra "maquiar" tão bem dessa forma. Um governo neoliberal teria partido pra austeridade. Os números quando torturados dizem o que você quiser. Pensando com uma ideologia de soberania do país, os investidores é que perdem não apostando em nós. O capital é flexível. Nada como a política pra atraí-lo sem a austeridade que o capital tanto gosta.
ResponderExcluirO governo merece elogios no que diz respeito ao modo como nosso país reagiu a crise de 2008, certamente, o problema esta no fato de essa política econômica não ser sustentável e nem mesmo rentável, nos levando a uma estagnação no crescimento do país. Acredito que o PT já deu sua contribuição o bastante para o país e esta na hora de uma nova visão passar a atuar, na verdade a política do atual governo esta um tanto quanto gasta e precisa ser renovada.
ResponderExcluirConcordo que o PT precisa de uma oposição forte. Não para substituí-lo, mas para pressioná-lo a fazer mais para se manter governo. A médio prazo, não vejo nenhum partido com política nova, seja econômica, social, cultural...O PT hoje é hegemônico por isso. A atual oposição, no alto da sua arrogância, nunca se preparou para ser oposição, não imaginava perder o poder para o Partido dos Trabalhadores, liderado por um metalúrgico, partido hoje representado por uma guerrilheira. Por sua vez, o PT aprendeu a jogar o jogo do poder, mesmo assim encabeça a luta pela reforma política. Só mudo meu voto quando tivermos um Pepe Mujica como candidato. Quando tivermos, ele terá menos de 1% dos votos.
ResponderExcluirEm tempo: sobre o movimento do capital que falei no meu comentário anterior, o país da vez (leia-se entreguista) é o México.
"NOVO QUERIDINHO EM DAVOS
Presidente do México, Pena Nieto deixou Davos como nova estrela de empresários, economistas e lobistas do mundo inteiro. Compreende-se.
Em 2013, seu governo entregou o petróleo mexicano para a privatização,
numa medida comparável a ruinosa entrada do país no NAFTA, que aumentou a dependência em relação aos Estados Unidos. Leia mais aqui: http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs/colunista/48_PAULO+MOREIRA+LEITE"
Danilo, concordo inteiramente que não exista oposição no país e que esta, quando aparece, tem fracos projetos apresentados para a melhora do país. Por isso tenho esse blog, não sou a favor de nenhum partido atual, pois são todos ligados uns aos outros por seus meios corruptivos. Se fosse o PSDB no governo federal cometendo os mesmo erros, seriam à eles direcionadas as minhas críticas enquanto cidadão. A permanência do PT com a visão imutável que possui, de nada adianta, a pressão não vem da oposição e curiosamente nem de seus partidários que enxergam uma necessidade de mudança, mas estão acomodados no atual cenário. Parece que a pressão começa a vir do povo, ainda fraca, mas o povo já começa a se demonstrar cansado de esperar por uma série de mudanças, incluindo uma reforma política constantemente adiada. Não me veja como um anti-petista, pois acreditava que o Lula e o PT iriam de fato ajudar o país, e ajudar não significa dar Bolsa Família, criar um sistema de saúde falho (SUS), construir estádios, ceder refinarias da Petrobras para a Bolívia, construir porto em Cuba, diminuir negociações com os EUA (país com alto poder de compra e que ajuda a economia), começar uma obra milagrosa na qual se gostou milhões e depois abandoná-la (transposição do Rio São Francisco), ajudar significa um plano de crescimento constante, não apenas um tapa buraco. Se o Lula em 2003, elaborasse um plano de metas a serem alcançados e a Dilma estivesse dando continuidade e apresentando resultados positivos e promovendo o avanço, eu votaria no PT.
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