Voto Distrital
Uma das reportagens da revista VEJA da edição de 7 de setembro, abordou um tema interessante que deveria ser visto com olhos atentos pelo brasileiro. O tema da reportagem foi o voto distrital.
Essa forma de voto consiste em dividir o país em distritos, no caso do Brasil, 513, o mesmo número de cadeiras na Câmara, onde cada distrito iria eleger o seu representante. Como diz a reportagem de Fábio Portela, “o voto distrital aproxima o eleitor do seu representante no Congresso, melhora a fiscalização sobre os deputados e diminui a corrupção”. Hoje, o número de candidatos ao cargo de deputado é tão grande que se torna impossível analisar todos os candidatos, o voto distrital acabaria com esse problema, reduzindo os números absurdos para 27 candidatos, pois os partidos poderiam indicar apenas um concorrente para cada distrito.
Outro beneficio do voto distrital seria o corte de gastos, e em um governo que se comprometeu com o corte de gastos essa não é uma má ideia, já que tendo que ser eleito em seu distrito o candidato não teria que se preocupar tanto com alianças feitas com sindicatos e grupos de pressão, que após as eleições cobram o candidato eleito, e como disse o cientista político Octavio Amorim Neto “o governo precisa de sustentação política, permite então que os deputados enviem dinheiro público, por meio de emendas parlamentares, para saciar esses grupos de pressão organizados”. No voto distrital, o candidato teria de se preocupar muito mais com os eleitores de suas bases.
Um fator de grande importância é também o fim do “efeito Tiririca”, como intitulado na reportagem. Nas eleições de 2010, apenas 36 cadeiras da Câmara foram ocupadas por candidatos que as conquistaram com seus próprios votos, as outras 477, foram ocupadas por candidatos que conseguiram uma vaga por meio do grande número de votos de sua legenda. O exemplo mais claro disso foi a eleição de Tiririca, que graças ao seu 1,3 milhão de votos conquistados em São Paulo, levou de carona mais três candidatos de sua legenda.
É claro que algo tão eficaz contra a corrupção e corte de gastos, enfrenta grande oposição e a maior delas é o PT, que de acordo com uma simulação, se o voto distrital já estivesse valendo, o PT seria o partido que mais perderia. Nesse país só é divulgado amplamente o que é de interesse do governo, por que a toda poderosa Rede Globo não faz uma reportagem digna sobre esse modelo de votação que solucionaria muitos problemas do nosso precário e vicioso sistema político? Ta na hora do brasileiro abrir os olhos para as coisas que estão explícitas em sua frente, coisas que até mesmo, por algum motivo, se nega a enxergar, não devemos ter medo do sistema, devemos enfrentar-lo.
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