Sem homofobia

 

Nessa última semana todos os brasileiros presenciaram mais um barraco em Brasília. Desta vez as vozes se exaltaram entre nossos políticos pela questão das leis a serem votadas a favor dos homossexuais, na terça-feira (10) começaram os indícios de que mais um barraco iria rolar após o vereador Marcel Alexandre da Silva (PMDB) dizer que “não aceita essa ditadura gay” pela decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de reconhecer a relação homossexual como uma família.

O ministro Celso de Mello, do STF em uma declaração lembrou que não se pode confundir questões jurídicas com questões de caráter moral ou religioso porque o Brasil é um país laico, "a República é laica e, portanto, embora respeite todas as religiões, não se pode confundir questões jurídicas com questões de caráter moral ou religioso". O barraco aconteceu mesmo na quinta-feira (12) quando a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) e o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) trocaram insultos e por pouco não se agrediram fisicamente, depois que a Comissão de Direitos Humanos da Casa suspendeu a votação do polêmico projeto que criminaliza a homofobia no país.

A discussão iniciou-se ao fim da sessão, quando Bolsonaro estava exibindo um panfleto “anti-gays” e irritada a senadora Marinor bateu com as mãos em um dos panfletos que estava com Bolsonaro. Durante a troca de xingamentos a senadora disse algo que deve ser chamada a atenção, “homofóbico, criminoso, esta usando dinheiro público para fazer cartilha”, isso chama atenção pelo fato de o deputado Bolsonaro confirmar que deve colocar os custos com os panfletos em sua verba indenizatória a que tem direito e que pretende distribuir o panfleto nas escolas.

Pois bem, temos um deputado que além de ser preconceituoso também é louco por querer distribuir em escolas panfletos anti-gays, mas este louco não pensou que esse seu ato poderia desencadear uma onda de violência contra os homossexuais, uma vez que seria a imagem do governo – já que ele é um deputado – fazendo uma campanha contra homossexuais. É claro que nós esperamos que o governo não permita tal loucura. E para encerrar a imagem desse louco ele ainda utiliza de verba pública, ou seja, seu dinheiro que poderia ser usado para fins muito mais importantes e inteligentes, para disseminar o preconceito na sociedade.

A questão é, vivemos em uma democracia, portanto ninguém tem o direito de excluir da sociedade qualquer grupo pertencente ao mesmo, muito menos de agredi-lo de qualquer forma, o que deve existir é o bom senso de ambas as partes.

A partir de hoje, meu amigo Arthur Sauer estará colaborando comigo no blog. Arthur irá encerrar os temas tratados com uma espécie de parágrafo final, uma conclusão final, uma opinião sobre o tema tratado, podendo algumas vezes ser até mesmo pouco divergente da minha.

“Essa é uma questão muito delicada, uma vez que trata do livre arbítrio de cada um de nós. O que hoje soa estranho, foi comum em algum lugar, em alguma época.

Um exemplo claro disso é a Grécia Antiga, onde o homossexualismo era quase habitual, com alguns detalhes mais técnicos, mas nada que valha a pena aprofundar aqui

Não convém discutirmos aqui qual é o certo ou o errado, uma vez que depende do contexto cultural em que nos encontramos, afinal a estranheza causada por esse tipo de comportamento em todos os heterossexuais nada mais é do que um desconforto natural com aquilo que nos é diferente. A homofobia é um desconforto causado pela diferença, assim como são o racismo e a xenofobia.

O grande problema aqui é a invasão do espaço pessoal de cada um. Um homossexual não deve incitar um hétero ao homossexualismo, assim como um hétero não deve tentar constranger ou agredir um homossexual. Os casos de violência que acompanhamos nos noticiários, quase que diariamente, são geralmente associados à homofobia, estado no qual um heterossexual não respeita a orientação sexual de outra pessoa - diferente da dele - e parte para uma postura agressiva. É respeitável não aprovar o homossexualismo, mas querer abolí-lo? Querer agredir pessoas com tal orientação? Esse definitivamente não é o caminho de um bom cidadão.

Infelizmente, não é novidade para nós que há sempre aqueles que procuram descontar suas frustrações em alguém, considerado por eles, mais fracos.

A diferença em si já é um caráter dominante, especialmente no Brasil, e não saber conviver com ela não é nada menos que uma defasagem mental, uma acefalia esclarecida, historicamente associada ao líder do partido nazista, Adolf Hitler, um verdadeiro lobo do homem, de si."

Arthur Sauer.