Falta de educação ou racismo?

Nas últimas semanas estamos acompanhando mesmo sem querer, pois estão fazendo de tudo para mostrar, o caso da torcedora gremista que sofreu toda a penalização do erro de um número muito maior de pessoas. Ao acompanhar o caso me pergunto se o que está acontecendo é o certo ou se apenas estão utilizando essa garota para mostrar a “intolerância” ao racismo no Brasil.

Obviamente sem tirar a razão do goleiro santista, pois como ele disse em coletiva de imprensa “ela errou, tem de ser punida”, mas não foi apenas ela e nós e qualquer pessoa que já foi à um estádio de futebol sabe disso. O que eu quero dizer é que se for para punir, então que se puna a todos.

Faz parte de nossa cultura, quando existe algo fora dos padrões estipulados, colocar uma pessoa como centro e descarregar todas as acusações e culpas sobre ela, acreditando que essa é a melhor solução e nos proporcionando um “alivio”, de que a justiça fora feita.

Em nosso país o racismo existe, inegavelmente, mas não há mais nos dias de hoje uma segregação racial, a prova disso é que segundo o IBGE, a população negra e parda corresponde a 50,7% da população brasileira e nenhum deles mora em área delimitada ou ganha menos por ser negro. Aqui não é os Estados Unidos, onde a morte de um jovem ocasionou uma revolta no estado de Missouri, lá sim ainda existi um forte sentimento de intolerância racial.

O Brasil precisa se desvencilhar desse ranço escravista que fica remoendo algo que passou, a desigualdade social ainda existe, mas os motivos são outros, muito mais políticos que étnicos. Talvez o episódio com o goleiro santista mostre como esse país é carente de educação e quer tampar o sol com uma peneira ao depositar a culpa de muitos em um. A famosa cultura do disfarce, mostra-se uma máscara para se esconder uma verdadeira face da população que não possui pudores e nem educação.

O racismo existente aqui não é como um apartheid, um país com tamanha miscigenação cultural e racial. O racismo do brasileiro é fruto de sua falta de educação e não de um racismo étnico. Aqui é normal insultar e denegrir a imagem de alguém como no caso dos estádios de futebol, e quando em uma conversa alguém diz que não deveríamos fazer isso, um outro alguém sempre diz, “assim acaba a graça”. A intolerância, o desrespeito, o não saber valorizar o outro, são o real problema. Julgar é fácil, refletir sobre seus próprios ator é tarefa árdua e que o brasileiro detesta fazer.